quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

1 conto que não vale nada...


Escrevi um conto hoje e decidi que gosto de fazê-lo, não sei até quando ou porquê. Colocarei aqui, espero que se for lido seja apreciado, espero críticas.
Ele é bobo e ingênuo, humor leve de expressão cultura inútil - infantil; provavelmente não está apto a identificações mas mexe um pouco com o sentimento de nostalgia de cada um. E como todo bom conto, tem uma moral no final.
Leiam contos.

Conferência no Céu

O reboliço era geral, um corre-corre danado no céu, anjo voando para tudo que era lado, mais parecia uma "revolução celestial". Foi quando nessa movimentação toda soou um barulho ensurdecedor - o que não era comum por lá, afinal o céu é o céu né? Que lugar se não lá deveria reinar a harmonia? Era Perônio, anjo-da-guarda de Simone, Raquel e José Dias, ele tomara nas mãos a corneta celeste e soprou-a com toda a força de si. Conseguiu dessa maneira o que queria, pois ao mesmo tempo em que isso acontecera, os demais anjos, assustados, calaram-se e entreolharam-se sem entender o que se passava:
Perônio então engole seco, prepara a garganta e exclama:
- Celestiais amigos, não podemos continuar da forma que estamos! Somos anjos e mais parecemos humanos mortais, já já também precisaremos de anjos-da-guarda também.
- Ah não! - interrompe Jediel, guardião de Túlio, um adolescente desajuizado e de Isabel, meia idade e completamente distraída - Mais um não dá! Minhas asas não são mais as mesmas - balançando a cabeça em movimento de negação. Já não me bastasse aquele fedelho maluco e aquela mulher desorientada! Só nesta semana tive que livrá-la de 2 bueiros, uma escadada na cabeça e uma perna quebrada no supermercado. Eu não agüento, Perônio, mais um e eu vou a loucura!
- Jediel tem Razão, Perônio - surgia a voz tranquila de Janina. Estamos sobrecarregados de trabalho. É muita gente para pouco anjo, dessa forma não dá.
E todos começaram a fazer suas críticas e dar suas opiniões de uma vez só, voltando ao caos inicial. Perônio mais uma vez toma a corneta nas mãos e se prepara para soar e antes que o fizesse foi percebido, ocasionando o silêncio precipitadamente.
- Vamos organizar uma conferência - dizia ele - essa questão precisa ser trabalhada de maneira ordenada.
E lá estavam todos reunidos, na CPI do céu, Conferência das Propostas Inadvertidas. Muitas queixas, os anjos alegavam que além de estarem em número superior, os seres humanos, mais que em qualquer outro momento, estrapolavam dos riscos.
- Olha, tem mais, essas almas novas de hoje não querem saber de trabalhar, todos que chegam aqui já vão querendo voltar a vida...eu hein! Os tempos são outros!
- Precisamos de alguma forma de obter mais anjos-da-guarda!
- É, mais como?
- Quem sabe uma prova, um premiação, ou um concurso?
- Gente, nós estamos no céu, esqueceram?
- Então tá ruim, ficaremos na mesma...
E assim discutiam horas e horas. Não achavam solução para tal questão a menos que fosse preciso burlar as leis do Todo-Poderoso, o que ficava impossível já que o Poderoso Chefão tudo podia, tudo sabia e ainda estava em todos os lugares.
Dessa forma, os guardiões voltavam aos seus trabalhos, a desordem voltava e novas conferências eram feitas. Essa sucessão de fatos cíclicos ocasionou na terra um momento em que todos estavam desprotegidos. Era acidente para todo lado, gente caindo, carro batendo, comida queimando, menino chorando... uma desordem dos infernos, ou melhor, uma desordem dos céus!


MORAL¹: Ajude no controle da Natalidade e tenha um guardião só seu.
MORAL²: Lei de Murphy uma ova, se o dia tá dando errado, isso é teu anjinho-da-guarda metido em reunião oposicionista

Um comentário:

Raniere Fernandes disse...

adorei o conto, principalmente a moral de número 2.